domingo, 27 de janeiro de 2013

Reflexões sobre políticas públicas para o setor cultural em 2013


    Inicia-se o ano, e, espera-se, nova vida. Novos mandatos para prefeitura, novos editais, novas perspectivas para o setor cultural em diferentes esferas de atuação do poder público. Momento oportuno de levantar algumas reflexões quanto às expectativas sobre as ações governamentais que se direcionarão ao fomento à indústria cultural brasileira, nos seus diversos segmentos e portes econômicos. Momento também de clarificar, desde já, uma opinião que, acima de tudo, visa ampliar o espaço de discussão sobre as escolhas dos gestores públicos realizadas no passado recente, e sob este olhar, apresentar as conseqüências que não fortalecem, em seus potenciais, os mecanismos já existentes.

MinC

    Comecemos pelo topo da cadeia: as ações do Ministério da Cultura visando a expansão das verbas públicas federais destinadas aos setores das artes. Na medida em que se enxerga a expansão do número de editais e o aumento significativo das verbas, ainda nos deparamos com uma imensa desproporção na distribuição das receitas para as regiões geográficas do país. É inegável que a Região Sudeste, tanto em números absolutos quanto em perspectiva ao seu tamanho econômico e demográfico, recebe mais recursos oriundos do Minc do que outras regiões. Nesta perspectiva, a própria Lei Rouanet (ou o futuro Bolsa-Cultura) privilegia em maior escala São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais em comparação às demais unidades federativas do país. E isto por uma questão muito simples: 90% das empresas qualificadas para se enquadrar na lei de dedução fiscal estão nestes estados.

    Como aumentar a distribuição destes recursos para outras regiões do país, de grande atividade cultural, mas com um perfil econômico diferente daquele que permite o sistema de deduções? Talvez de duas formas: a primeira é o Minc, em seu espaço decisório, tomar uma postura efetivamente federalista e democrática, e revisar as cotas de distribuição dos seus prêmios e fomentos na elaboração dos próximos editais. Há espaço para ações executivas, de comando mandatário – e isto estamos cansados de ver, com a elaboração de editais extremamente direcionados – e os novos diretores da Funarte não devem se abster de efetuar medidas de redistribuição dos fundos culturais. A segunda, aquela que é menos provável de ocorrer, é que algum deputado federal possa reunir força suficiente na Câmara dos Deputados e mudar a lei. Qual seria o problema se empresas que arrecadam seus tributos pelo SIMPLES NACIONAL pudessem destinar seu imposto para iniciativas culturais? Difícil encontrar resposta para essa dúvida, mas ainda não encontramos representatividade efetiva no Poder Legislativo, em todos os níveis.

O Bolsa-Cultura

     A grande promessa da hora é o Bolsa-Cultura. Cinquenta reais bolso dos trabalhadores para gastos em livros, CDs, DVDs, ingressos para show, cinemas, e..... teatro!
Esse deveria ser um grande momento para a ação das forças sindicais dos trabalhadores, tanto da cultura, quanto das futuras categorias privilegiadas. E explicarei em seguida. Mas em bom português, para o que realmente nos interessa aqui, pode-se resumir: da forma como esse programa será implantado, o setor teatral não verá um centavo!

     Comecemos pela operacionalização sugerida pelo governo, um cartão eletrônico que receberá a carga com o valor monetário. Obviamente, para o trabalhador beneficiado utilizar o recurso, terá que se destinar à rede credenciada apta a receber o recurso eletronicamente. Como será o credenciamento? Através das operadoras de cartões de crédito.  Portanto, o produtor cultural que se prestar a realizar uma atividade cultural e quiser vender ingressos recebendo bolsa-cultura terá que se afiliar a uma instituição financeira.

    Até aí, parece simples, basta se afiliar, correto? Mas a verdade é que os custos operacionais existentes para empresas utilizarem as maquinetas de cartão eletrônico são extremamente pesados, e só suportam aquelas que possuem volume financeiro que absorva estas despesas. Seria inviável, como exemplo, espetáculos que ocorrem na Usina do Gasômetro, ou nos Teatros Municipais de Porto Alegre, venderem ingressos pelo Bolsa-Cultura. E essa realidade se espalha, certamente, para todo o RS e para outros estados. Exigiria uma cadeia gigantesca de produtoras culturais afiliadas, o que financeiramente seria inviável.
   
    Por isso, os SATEDs nacionais devem permanecer inteiramente conectados com a elaboração da Lei Complementar que regulará a operacionalização deste benefício, de forma a defender, de fato, os pequenos produtores culturais, aqueles que realmente necessitam destas ações públicas que estimulam o surgimento de uma cadeia econômica sustentável. Se não conseguirem encontrar formas que protejam estes produtores dessa injusta carga de custos, criar mecanismos plurais e democráticos de acesso a estes mesmos recursos. (Um exemplo extremamente prático é o que faz a Associação Brique da Redenção, composta pelos feirantes que vendem seus produtos na rua José Bonifácio, em Porto Alegre: os clientes que desejam fazer suas compras com cartões de crédito se direcionam a um caixa centralizado, controlado pela associação, que, nos fechamentos diários, redistribui os recursos da vendas para os comerciantes).

      Não pensem que o Bolsa-Cultura não sairá. Com tanta expectativa de ganhos (e só aqui valeria mais um artigo inteiro), o setor financeiro deve ser o primeiro a oferecer aos seus trabalhadores o vale, estimulando as demais categorias a aderirem ao benefício. A expectativa é que, só no RS, por mês, apenas com os empregados bancários, cerca de R$ 1 milhão seja injetado no setor (em São Paulo e Rio de Janeiro, o montante é bem superior). Mas da forma como estamos nos locomovendo, nos sobrarão, novamente, migalhas; o grosso irá para as grandes redes de cinema, livrarias e mega-produtoras.

O Governo Tarso

     Nos últimos 30 anos, a classe artística gaúcha assistiu a um processo de sucateamento do aparelho público estadual. A ausência de políticas sérias de incentivo à economia e os erros seqüentes de gestão nos trouxeram um ciclo de abandono das estruturas físicas públicas, ausência de novos investimentos, e restrições severas às inúmeras pastas que compunham os diferentes governos.
     
     Nesse cenário, o óbvio fica ainda mais explícito: a cultura padeceu. Investimentos extremamente modestos compuseram a pauta de prioridades do setor cultural nos diferentes governos que assumiram o estado.
     
     Pois o governo Tarso Genro, através de seu secretário de cultura, o escritor e professor Luiz Antonio de Assis Brasil, parece querer sinalizar uma mudança nesta tendência.  Neste ano, anunciou investimento direto de R$10 milhões através do seu Fundo de Cultura e ainda apresentou projeto de lei à Assembléia Legislativa, propondo majorações nos percentuais dedutíveis sobre o ICMS para a Lei de Incentivo à Cultura.
   
     Com toda a certeza, são iniciativas interessantes no sentido de expandir o investimento público no setor cultural, compreendendo seu imenso potencial econômico e suas complexidades. Mas estas ações ainda carecem de maior receita (o total investido pelo poder público estadual na área não corresponde a R$2,50 por pessoa, tendo em vista a população total do RS) e de medidas específicas que estimulem o empreendedorismo na área e o fortalecimento de um mercado auto-sustentável. Nesse sentido, me refiro a um processo de “formação de público” e de valorização do artista local, que está intimamente ligado com outra área sucateada: a educação.
     
      Por outro lado, a comunidade artística gaúcha ainda espera uma solução definitiva para a situação do Centro Cenotécnico do Estado e o Instituto de Artes Cênicas. A história já foi contada algumas vezes e não é novidade: o antigo prédio que abriga o importante local de produção cenográfica, possuindo espaço para ensaios, espetáculos e depósito de material, será destruído por força das obras de infraestrutura que acontecem na cidade para sediar a Copa do Mundo 2014. Diante de protestos e mobilizações, o início das obras foi suspenso, e o governo anunciou que pretende fornecer nova estrutura para abrigar as atividades lá exercidas. Mas até agora, cinco meses depois, nada foi concretizado – não se sabe onde será novo Centro Cenotécnico, e nem como será sua operacionalização. E a demora na tomada de decisão revela, mais uma vez, que não só investir, mas manter os atuais espaços públicos destinados à cadeia produtiva artística nunca será prioridade nos atuais modelos de administração governamentais.
      
      Quando há o investimento, ele é lento, pausado e restrito. É o caso da reforma da Casa de Cultura Mario Quintana, assumida pelo Banrisul (banco público do estado).  A reforma tem se dado em várias etapas, sempre com ênfase na recuperação da fachada e na manutenção do prédio, patrimônio histórico arrolado pelo IPHAE. Mas investimentos na infraestrutura interna, buscando a valorização do espaço e o conforto dos usuários, são urgentes, e mesmo ocupando a pauta da reforma, estes recursos ainda não foram destinados.

      Portanto, o caminho ainda está só no início. Mas certamente, depois do trauma gerado pelo governo Yeda, através do arrocho promovido pela secretária mão-forte Mônica Leal (que, vejam só, odiava teatro, mas amava ver cavalos sofrendo nas praias nos bizarros rituais modernos gauchescos), podemos novamente ter esperanças a partir das ações do governo atual.

O Grande Castelo de Areia das Artes Cênicas de Porto Alegre

     Porto Alegre vive uma situação específica bastante interessante no ponto de vista de resultados de escolhas de gestores públicos. Enquanto vemos medidas de sucesso, que estimulam o crescimento de uma “massa” interessada na produção artística local, enxergamos também a decadência das estruturas físicas públicas e o enfraquecimento da credibilidade dos processos públicos de seleção e fomento.

     É inegável o esforço nos últimos vinte anos dos agentes públicos que integram a pasta: diante da escassez cada vez maior de receitas, pequenas reformas foram feitas nos teatros municipais, o projeto da Descentralização da Cultura se fortaleceu com oficinas e espetáculos em circuito, o Fumproarte se solidificou como uma importante via de financiamento público à produção artística gaúcha. Da mesma forma, se enxerga um esforço nos meios de divulgação e a promoção de diferentes eventos gratuitos, entre festivais, simpósios e intercâmbio com artistas de outros estados e países.

    Entre as ações solidificadas, que deveríamos proteger e lutar pelo crescimento, destacam-se o Festival Porto Alegre em Cena e o Projeto da Descentralização da Cultura. O festival, que em breve celebrará duas décadas de existência, pode ser considerado hoje o maior evento do gênero do Brasil e um dos maiores da América Latina. Através dele, anualmente, a comunidade gaúcha, pouco acostumada com experiências cênicas internacionais, tem a oportunidade de celebrá-las, sejam clássicas ou contemporâneas, principalmente através da dança, do teatro ou pela música. Além disso, poucas iniciativas conseguem ser tão eficientes no ponto de vista econômico: mais de 70% das verbas são arrecadadas junto à iniciativa privada (por dedução fiscal ou não), Minc e Secretaria Estadual, reduzindo assim em cerca de 30% o investimento direto do caixa da prefeitura. Mais de R$ 2 milhões de reais são distribuídos ao mercado gaúcho, seja a artistas, produtoras ou prestadores de serviços por atividades que exercem ao longo dos breves 15 dias de realização. Beneficiam-se, além do público, que tem a oportunidade de assistir os eventos a preços acessíveis, comércio, rede hoteleira, restaurantes, transportadoras e centenas de prestadores de diferentes tipos de serviço. Esta estrutura deve ser defendida, com ênfase, por qualquer novo administrador que, por ventura, ouse assumir a difícil tarefa de manter o Festival.

     O Projeto da Descentralização da Cultura leva espetáculos de teatro, dança, circo e música, além de diversas oficinas, para as regiões da cidade afastadas dos bairros centrais onde se concentram as manifestações artísticas. Representa uma importante iniciativa de inclusão social, além de contribuir para a difícil tarefa que a educação pública enfrenta em seu cotidiano. Com o projeto da Descentralização, pôde se comprovar que arte e educação são elementos que caminham juntos na idéia da pluralização do conhecimento e do respeito às diferenças.

      Porém, quando nos voltamos para as instalações do Centro Municipal de Cultura Arte e Lazer Lupicínio Rodrigues (local construído em 1978 que sedia a Sala Álvaro Moreyra, o Teatro Renascença, o Atelier Livre, a biblioteca pública municipal Josué Guimarães), temos uma total descrença no verdadeiro interesse dos governos na cultura. Cadeiras e assentos quebrados, varas de iluminação interditadas, palcos afundando, banheiros fechados para o uso do público, roubos nos camarins e ar-condicionado com defeito são alguns dos inconvenientes que o público é obrigado a suportar para poder assistir teatro. Como querer que haja público se não cuidamos do nosso próprio espaço? No Teatro de Câmara Tulio Piva, ainda mais antigo (construído em 1970 e reformado duas vezes, em 1999 e 2005), a situação é ainda mais triste: o telhado, ainda em estrutura de galpão, não resiste a intempéries, chegando ao ponto de espetáculos serem cancelados por desabamento parcial da estrutura. A cortina não fecha, os camarins têm problemas hidráulicos e a parte técnica pede reparos com urgência. Um teatro deve ser um local de celebração, de encanto, para a catarse, e não um espaço desconfortável que o artista precisa lutar contra inúmeros percalços para alcançar a plenitude de sua vocação.
     
     Em matéria de seleções, a Coordenação de Artes Cênicas de Porto Alegre tem sido confusa e arbitrária. Os resultados da seleção de projetos passam cada vez mais por avaliações imensuráveis – nunca se sabe, ao certo, quais são os critérios a serem adotados. Um dos programas que avançou muito neste sentido foi o Fumproarte: todo realizado pela internet, o proponente tem a oportunidade de acompanhar as etapas e avaliações de seus projetos diretamente no site da prefeitura. Porém, até aqui, verificamos um certo descompromisso por parte dos avaliadores, não dando explicações em seus pareceres ao não pontuar os projetos com notas máximas. Ora, toda a avaliação deve partir de que a nota é máxima: se desconta na medida em que se identificam falhas com seu devido esclarecimento. Mas muitas avaliações são atribuídas sem emissão de qualquer despacho ou nota técnica. Isto é objetivo? Ou melhor, democrático?

      É óbvio que qualquer seleção tem, em última instância, a subjetividade dos julgadores como instrumento decisório. É impossível, principalmente na arte, utilizar somente meios técnicos para a escolha de projetos contemplados. Mas a técnica, geralmente, caminha com a verdade e com a justiça. Se abrirmos mão dela para escolhermos nossos camaradas da vez, todo um sistema de financiamento público está desmoralizado e corre o risco de ruir.
     
    Outros editais ainda apresentam direcionamentos alarmantes e resultados questionáveis. A última estranha situação foi o Edital para “Novos Talentos” (e aqui, já nos deparamos com uma pergunta saliente: o que seria um “Novo Talento”?). No edital, estariam qualificados artistas que estão em início de carreira e que “não lograram consagração pelo público e pela crítica especializada”. Mas ora, ora, vejam só: o vencedor foi um ex-jurado do Prêmio Açorianos 2012, o prêmio mais importante do teatro portoalegrense. Como alguém pode saber tanto para ser jurado e pouco para ser “Novo Talento”? Fruto das arbitrariedades da CAC, do” compadrismo” que impregna as estruturas éticas da sociedade brasileira.
     
    Para terminar, como não falar da nova jogada da atual prefeitura? Chamou para ocupar o cargo de Secretario Adjunto de Cultura ninguém mais que o presidente do SATEDRS. Uma bela estratégia para amordaçar os instrumentos de reivindicação e fiscalização. Convocar o presidente de um sindicato para assumir função pública é aparelhar as organizações independentes, além de representar um ataque à democracia, em primeira análise. Cabe ao Sr. Presidente, em uma atitude ética, escolher qual lado ocupar. Ou continua sua ação sindicalista, ou assume funções públicas. Um sindicato não pode estar satisfeito, e estar dos dois lados é estar em cima do muro.

   Enfim, são apenas reflexões. Impressões de um cidadão qualquer que se honra em participar destas estruturas mencionadas, acreditando que o debate e a valorização da arte são mecanismos evidentes de desenvolvimento social e econômico. E um agente cultural que anseia por novos rumos, mais favoráveis, que estimulem a autocapacitação dos artistas, que seguem, infelizmente, juntando as migalhas lançadas ao vento.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

AÇORIANOS 2012



Nesta sexta-feira, serão conhecidos os vencedores do prêmio Açorianos e Tibicuera 2012, os principais prêmios de teatro adulto e infantil distribuídos no cenário gaúcho. A cerimônia será realizada no Teatro Renascença com apresentação de Zé Adão Barbosa, Kátia Suman e Lauro Ramalho.
As performances artísticas serão apresentadas pela Cia Rústica, com direção de Patrícia Fagundes, um número da Ópera Dido e Eneas, com direção de Camila Bauer, uma palhinha de Tonho Crocco, dirigido por Bob Bahlis e a apresentação do Bloco da Laje. Depois, a festa segue no saguão do Centro Municipal de cultura – Lupicínio Rodrigues com a discotecagem de Roger Lerina.
CONHEÇA OS INDICADOS OOS PRÊMIOS AÇORIANOS DE TEATRO, TIBICUERA DE TEATRO INFANTIL E MAIS TEATRO REVELAÇÃO 2012.

PRÊMIO TIBICUERA DE TEATRO INFANTIL

Melhor Espetáculo
Aventuras no Fundo do Mar




Fábulas em 4 tempos ou o fabuloso La Fontaine



Maria Teresa e o Javali



Melhor Direção
Marcos Chaves, por Fábulas em 4 tempos ou o fabuloso La Fontaine

Raquel Grabauska, por Maria Teresa e o Javali
Rossendo Rodrigues, por Aventuras no Fundo do Mar


Melhor Ator
Evandro Soldatelli, por Para sempre terra do nunca




Philipe Philippsen, por Porto Alegre no Livro das Crianças Perdidas
Philipe Philippsen

Plínio Marcos Rodrigues, por Fábulas em 4 tempos ou o fabuloso La Fontaine


Vinícius Petry, por Maria Teresa e o Javali




Melhor Atriz


Márcia do Canto, por O mundo de Camila, o livro em cena



Raquel Grabauska, por Maria Teresa e o Javali
Foto: Maria Tereza e o Javali - 2012
Texto de Gustavo Fincler
Grupo Cuidado que Mancha
Direção Raquel Grabauska

Javali! Porco é outra coisa!!! Completamente diferente!!!!!

Tefa Polidoro, por Fábulas em 4 tempos ou o fabuloso La Fontaine

    


Melhor Ator Coadjuvante
Leonardo Barison, em Para sempre terra do nunca

Ricardo Zigomático, em Aventuras no Fundo do mar


Melhor Atriz Coadjuvante
Karen Radde, por Para sempre terra do nunca
Karen Radde, por “Era uma vez uma História...”
Marina Mendo, por Aventuras no Fundo do Mar

Melhor Figurino
Margarida Rache, por Porto Alegre no Livro das Crianças Perdidas
Teatro Sarcáustico, por Aventuras no Fundo do Mar
Titi Lopes, por “Era uma vez uma História...”

Melhor Cenografia
Cláudio Levitan, por Porto Alegre no Livro das Crianças Perdidas
Júlio Freitas, por Para sempre terra do nunca
Marco Fronckowiak, Maura Sobrosa, Daniel Carvalho, Rafael Araújo, Paulo Cruz e Ateliê GZBL por Fábulas em 4 tempos ou o fabuloso La Fontaine
Teatro Sarcáustico, por Aventuras no Fundo do Mar

Melhor Iluminação
Casemiro Azevedo, por Aventuras no Fundo do Mar
Anilton Souza e João Fraga, por Porto Alegre no Livro das Crianças Perdidas
Ronald Radde e Patrik Simões, por “Era uma vez uma história...”

Melhor Trilha
Alexandre Missel e Marina Mendo, por Aventuras no Fundo do Mar
Cláudio Levitan, por Porto Alegre no Livro das Crianças Perdidas
Gustavo Finkler, por Maria Teresa e o Javali

Melhor Dramaturgia
Plínio Marcos Rodrigues, por Fábulas em 4 tempos ou o fabuloso La Fontaine
Rossendo Rodrigues, por Aventuras no Fundo do Mar
Gustavo Finkler e Raquel Grabauska, por Maria Teresa e o Javali

Melhor Produção
Ellen D’avila, por Para sempre terra do nunca
Ellen D’avila, por “Era uma vez uma História...”
Guadalupe Casal e Rossendo Rodrigues, por Aventuras no Fundo do Mar
Paulo Guerra, por Os Três Porquinhos
Viviane Falkembach, por Fábulas em 4 tempos ou o fabuloso La Fontaine

PRÊMIO AÇORIANOS DE TEATRO 2012

Melhor Produção
Carol Zimmer por O Linguiceiro da Rua do Arvoredo
Fernando Zugno por Inimigos de Classe
Inês Marocco, Isandria Fermiano e Martina Fröhlich por Incidente em Antares
Morgana Kretzmann e Viviane Falkenbach por Nossa Vida Não vale um Chevrolet
Nátali Caterina Karro, Carla Cassapo e Bia Noy por Os Plagiários– uma adulteração ficcional sobre Nelson Rodrigues

Melhor Iluminação
Carol Zimmer por O Linguiceiro da Rua do Arvoredo
Daniel Fetter e Fabricio Simões por Os Plagiários – uma adulteração ficcional sobre Nelson Rodrigues
Fernando Ochoa por Landell de Moura – O Incrível padre Inventor
Fernando Ochoa por Sr Kolpert
Lucca Simas e Luciana Tondo por O Feio

Melhor Figurino
Daniel Lion por O Casamento do Grande mágico Maycon Estalonne
Daniel Lion por Os Plagiários– uma adulteração ficcional sobre Nelson Rodrigues
Létz Pinheiro por O Linguiceiro da Rua do Arvoredo
Marina Kerber por O Feio
Rô Cortinhas por Incidente em Antares

Melhor Cenografia:
Daniel Lion por Os Plagiários– uma adulteração ficcional sobre Nelson Rodrigues
Felipe Helfer por O Casamento do Grande Mágico Maycon Estallone
O grupo por O Feio
Leonardo Fanzelau por Cara a Tapa
Zoé Degani por Nossa Vida não vale um Chevrolet

Trilha Sonora
Arthur de Faria por Os Plagiários– uma adulteração ficcional sobre Nelson Rodrigues
Bruno Westermann e Lauro Pécktor por O Linguiceiro da Rua do Arvoredo
Celso Zanini, Philipe Philippsen e Martina Fröhlich por Incidente em Antares
Mirah Laline por O Feio
Simone Rasslan, Mateus Mapa e Diego Silveira por O Baile dos Anastácio

Dramaturgia
Antonio Costa Neto por O Bom, o Mau e sua Esposa
Celso Zanini, Filipe Rossato, Kalisy Cabeda e Philipe Philippsen por Incidente em Antares
Diones Camargo por Os Plagiários– uma adulteração ficcional sobre Nelson Rodrigues
Julio Conte por Beckett & Bion – Gêmeo Imaginário
Patrícia Fagundes e Zé Adão Barbosa por Coração Randevú

Ator Coadjuvante-
Cassiano Ranzolin por Nossa Vida não vale um Chevrolet
Denis Gosch por O Linguiceiro da Rua do Arvoredo
Fernando Zugno por Inimigos de Classe
Paulo Roberto Farias por O Feio
Rodrigo Scalari por Do It

Atriz coadjuvante
Danuta Zaghetto por O Feio
Fernanda Petit por Nossa vida não vale um Chevrolet
Gabriela Grecco por Os Plagiários– uma adulteração ficcional sobre Nelson Rodrigues
Isandria Fermiano por Incidente em Antares
Renata de Lélis por Landell de Moura por O Incrível Padre Inventor

Melhor Ator


Roberto Oliveira por Um Verdadeiro Cowboy





Rossendo Rodrigues por O Feio


Sirmar Antunes por O Coração de um Boxeador


Vinicius Meneguzzi por Cara a Tapa


Zé Adão Barbosa por Coração Randevú


Melhor Atriz
Larissa Tavares por O Bom, o Mau e sua Esposa



Martina Fröhlich por Incidente em antares


Patrícia Soso por Cara a Tapa



Tefa Polidoro por (E)Terno


Ursula Collischonn por O Linguiceiro da Rua do Arvoredo



Melhor Direção
Guadalupe Casal, Jezebel de Carli, Mário Balenti e Marcelo Restori por Os Plagiários– uma adulteração ficcional sobre Nelson Rodrigues
Inês Marocco por Incidente em Antares
João Pedro Madureira por Cara a Tapa
Mirah Laline por O Feio
Patrícia Fagundes por Coração Randevú

Melhor Espetáculo:
Cara a Tapa



Coração Randevú



O Feio


Incidente em Antares


Os Plagiários– uma adulteração ficcional sobre Nelson Rodrigues




PRÊMIO MAIS TEATRO REVELAÇÃO

Melhor Espetáculo
As façanhas de Aristão, o desafortunado
PT Saudações
A serpentina ou meu amigo Nelson
To be or not to Beckett

Melhor Direção
Cândida Bazanella – Edward, o retorno
Evelise Mendes – A serpentina ou meu amigo Nelson
Gyan Celah – PT Saudações
Jocemar Chagas – As façanhas de Aristão – o desafortunado

Melhor Ator
Alexandre Borin – A serpentina ou meu amigo Nelson
Gyan Celah – PT Saudações
Marcelo Pinheiro – A serpentina ou meu amigo Nelson
Sidnei Pereira – As façanhas de Aristão, o desafortunado

Melhor Atriz
Camila Rosa – PT Saudações
Carolina Diemer – To be or not to Beckett
Morgana Rodrigues – Edward, o Retorno
Sofia Villasboas – Ensaio sobre a repetição






COMISSÃO JULGADORA 
PRÊMIO AÇORIANOS DE TEATRO 2012







Adriane Azevedo - atriz e produtora, coordenadora da Descentralização 
do Poa em Cena.Entre seus mais recentes trabalhos como atriz estão Um Apólogo, de Machado de AssisTerno de Reis e Lendas Gaúchas, todos adaptados para a linguagem teatral.






Alexandre Dill - ator e diretor, cordena o GRUPOJOGO de ExperimentAção Cênica




Breno Ketzer Saul - Coordenador da Coordenação de Artes Cênicas da Prefeitura de Porto Alegre





Fábio Prikladnicki - jornalista da Zero Hora/RBS;






 
Gilberto Fonseca - Diretor, Produtor e Professor, dirigiu as montagens "O Avarento" e "Tartufo" do Grupo Farsa.







Ivan Mattos - diretor de teatro e professor da URGS.






Márcia do Canto - Psicopedagoga, diretora de artes cênicas, atriz e produtora cultural.











Michele Rolim - Jornalista do Jornal do Comércio/RS.










Renato Mendonça - Jornalista e Escritor.











Stela Bento - Bacharel em Artes Cênicas pela UFRGS, servidora da Secretaria Estadual da Cultura.



terça-feira, 27 de novembro de 2012

ESTREMEÇO










Eu versus Mundo. Eu versus Outros. Eu versus Destino. Eu versus "Eu".

Estremeço, o mais novo trabalho da Cia. Stravaganza, que completou neste ano 24 anos de existência, pode ser encarado como uma pesquisa imagética e fragmentada sobre a "auto-espetacularização" do homem e o confronto dessa condição com a realidade, seja ela vista pelos outros, pelo próprio indivíduo, ou, simplesmente, com o que ela é.


A diretora convidada Camila Bauer, juntamente com o elenco da companhia, mergulhou na dramaturgia de Joel Pommerat em um trabalho continuado que durou um ano, entre leituras e estudos do texto, oficinas com artistas convidados, laboratórios e muitas, muitas horas de ensaio. Entre vários encontros, foram realizados estudos com profissionais como Carlota Albuquerque, Diego Mac, Jeremy James e John Mowat. O espetáculo estreou dia 22, último, e já desperta repercussões nos bastidores da cena teatral gaúcha.


Em cena, temos o palco, praticamente nu. De início, somos convidados a conhecer a vida do homem que se intitula apresentador do show da noite. De cara, somos expostos ao grande mote da obra: a imagem contemporânea de um homem que acredita que sua vida é um espetáculo.


Durante pouco mais de uma hora, vemos cenas que narram a vida, as ações, as condições de diferentes personagens, que podem ser apenas "um": o "um" que acredita fielmente que suas ideias irão se sobrepôr às ideias do mundo, o "um" que se defronta com a ausência de sonhos, muitos que se decepcionam e decepcionam. Um homem que quer, a todo custo, ser herói, mas que pode ser como qualquer outro.



Desta forma, os atores foram desafiados a se afirmarem enquanto agentes criadores e, em processo, se desconstruírem. Assim, verificamos a construção das diferentes personagens a partir de uma tentativa de desmitificação dos próprios artistas envolvidos, da revisão e reformulação de suas virtudes e do reposicionamento de suas funções.


Para os apreciadores das experimentações cênicas que ainda bebem na vanguarda surrealista do século XX, e que hoje nos arriscamos a chamar de Teatro Pós-Dramático, Estremeço é um prato cheio, onde situações, personagens e histórias se apresentam e se misturam, sem raiz cronológica ou racional, tudo regado a inúmeras camadas semióticas que ora confirmam, ora se distanciam das proposições dramatúrgicas.  


Estremeço foi contemplado com o Prêmio Myriam Muniz de Montagem Teatral (Funarte), além de integrar o projeto vencedor do Edital de Fomento ao Trabalho Continuado 2011, concedido pela Prefeitura de Porto Alegre. Fica em cartaz apenas até dia 02 de dezembro, no Teatro Renascença, de quinta à domingo.



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Direção
Camila Bauer
Elenco
Adriane Mottola, Cassiano Ranzolin, Duda Cardoso, Fernanda Petit, Janaina Pelizzon, Lauro Ramalho, Rodrigo Mello, Sofia Salvatori
Tradução
Giovana Soar
Cenografia
Élcio Rossini
Figurino
Cássio Brasil
Trilha Sonora Original
Nico Nicolaiewsky
Iluminação
Luiz Acosta
Confecção de Objetos
Cia gente falante
Direção de vídeo
Bruno Gularte Barreto
Assistência de Direção
Matheus Melchionna
Preparação Corporal
Carlota Albuquerque
Cabelos e Maquiagem
Elison Couto, by The Cut
Assistência de Figurino
Duda Cardoso
Confecção de Figurino
Naray Pereira
Efeitos Sonoros
Paulo Arenhart
Mixagem da Trilha
Tiago Abraão
Operação de Som
Vitório Azevedo
Programação Visual
Rodrigo Mello
Pintura
Gelson Radaelli
Fotos
Vilmar Carvalho
Divulgação
Lauro Ramalho
Projetos
Luciana Britto
Produção
Adriane Mottola, Duda Cardoso, Fernando Kike Barbosa
Realização
CIA TEATRO DI STRAVAGANZA





sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Artimanhas de Scapino


Neste domingo, dia 18, chega ao final a 3° e última temporada do ano do espetáculo "Artimanhas de Scapino", montagem comemorativa dos 10 anos da Companhia Teatro ao Quadrado. O texto de Molière na adaptação dirigida por Margarida Leoni Peixoto completará 31 apresentações ao longo de seis meses. Foram três apresentações no Theatro São Pedro, 12 no Teatro Bruno Kiefer da Casa de Cultura Mario Quintana e outras 13 no Teatro de Câmara Tulio Piva, além de apresentações nas cidades de Montenegro, Lajeado e Passo Fundo.


Este belo trabalho começou a ser planejado ainda em 2010, com dos diretores da companhia, Margarida Leoni Peixoto e Marcelo Adams, de montar o texto clássico francês, a partir da tradução de Carlos Drummond de Andrade. Em 2011, os diretores inscreveram o projeto no Prêmio Myriam Muniz da Funarte. Contemplado, os trabalhos iniciaram naquele ano mesmo, com a criação e o desenvolvimento de todo a concepção. Deste período de pesquisa,  surgiram as idéias de figurino, cenário e a escolha do elenco.



Em março de 2012 começaram os ensaios diários, que se realizaram no Centro Cenotécnico do Instituto de Artes Cênicas do RS, no Teatro do Museu do Trabalho, na Casa de Cultura Mario Quintana. O elenco, formado por Marcelo Adams (Scapino), Claudia Lewis (Zerbineta), Gustavo Susin (Leandro), Luísa Herter (Jacinta), Carlos Paixão (Argante), Paulo Vicente (Gerôncio), Marcelo Mertins (Silvestre) e Vinícius Meneguzzi (Otávio), tiveram aulas semanais com Marcos Chave, responsável pela trilha sonora e preparação vocal, e com Larissa Sanguiné, que além de assinar as coreografias, foi responsável pela preparação corporal.



Em maio, os figurinos foram apresentados: a exuberância das peças e o capricho do acabamento tiveram a supervisão de Claudio Benevenga. Elcio Rossini revelou o cenário, uma referência aos velhos casarões napolitanos do século XVIII. Com todos os elementos e marcações definidas, coube a Fernando Ochoa dar o acabamento com a iluminação especialmente criada para a encenação.



A formação do elenco valorizou ainda mais o texto e as personagens de Molière, na medida em que mesclou jovens talentos com atores experientes, veteranos dos palcos gaúchos. É o caso de Paulo Vicente e Carlos Paixão, que andavam sumidos nos últimos anos, mas que retomaram a cena com o talento específico que somente eles têm: Paulo é o elã em cena, com entusiasmo e carisma únicos. Paixão brinca com o texto e com a comédia, com os tempos e com as suas piadas. Marcelo Adams é o protagonista, Scapino, e não são poucas as pessoas que comentam sempre, ao final do espetáculo, de onde ele consegue tirar fôlego e potência para conduzir as ações do espetáculo.



Na ala jovem, estão Marcelo Mertins, Vinícius, Luísa, Claudia e este que vos escreve. Somos cinco jovens com ânimo que só o teatro consegue introjetar em nossas veias, aprendendo com esta incrível equipe que levantou a peça.



Não são poucos os motivos para não se perder estas últimas apresentações. Nova temporada, só em 2013 (se houver). Além disso, Artimanhas de Scapino é uma grande celebração não só ao teatro e as artes, mas à vida, e todos os encantos que ela nos traz. Uma comédia que além de explorar um universo extremamente divertido e tradicional, emociona o público com sua magia e paixão. Não percam!

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Texto: MOLIÈRE
Direção: MARGARIDA LEONI PEIXOTO
Elenco: MARCELO ADAMS, CLAUDIA LEWIS, GUSTAVO SUSIN, LUÍSA HERTER, MARCELO MERTINS e VINÍCIUS MENEGUZZI
Atores convidados: CARLOS PAIXÃO e PAULO VICENTE
Figurinos: CLÁUDIO BENEVENGA
Cenografia: ÉLCIO ROSSINI
Iluminação: FERNANDO OCHÔA
Trilha sonora: MARCOS CHAVES
Letras das canções: MARCELO ADAMS
Coreografias: LARISSA SANGUINÉ
Maquiagem: MARGARIDA LEONI PEIXOTO
Produção e realização: CIA DE TEATRO AO QUADRADO
Financiamento: PRÊMIO MYRIAM MUNIZ DE TEATRO 2011- FUNARTE
  

terça-feira, 25 de setembro de 2012

OS VENCEDORES DO PRÊMIO BRASKEM 2012

OS PREMIADOS:

- Melhor Espetáculo Juri Popular
Incidente em Antares (Grupo Cerco)


- Melhor Atriz
Martina Fröhlich (Incidente em Antares - Grupo Cerco)


- Melhor Ator
Roberto Oliveira (Um verdadeiro Cowboy - Depósito de Teatro)


- Melhor Direção
Inês Marocco (Incidente em Antares - Grupo Cerco)


Melhor Espetáculo Júri Oficial
Breves Entrevistas com Homens Hediondos (Teatro Sarcáustico)