quinta-feira, 6 de setembro de 2012

DESVIO

 


 
 


Ficha técnica:
Direção geral e coreográfica: Jussara Miranda / Direção artística: Diego Mac / Direção de cena: Jezebel de Carli / Bailarinos criadores: William Freitas, Denis Gosch, Letícia Paranhos, Rossendo Rodrigues e Didi Pedone / Produção: Marcinhò Zola / Luminotécnica: Mauricio Moura / Trajes: Daniel Lion / Identidade visual: Sandro Ka / Site: Diego Leismann
 
 
 Desvio é um projeto da Muovere cia de Dança, grupo de dança contemporânea de Porto Alegre com 23 anos de história. É um dos espetáculos gaúchos que concorrem ao Prêmio Braskem 2012 - que será entregue no final do Festival Poa em Cena. Seu projeto foi contemplado pelo Fumproarte (Prêmio de Incentivo Cultural da Secretaria Municipal de Porto Alegre). Esteve em cartaz nesta quinta em uma única apresentação.

O que nos faz desviar de nosso caminho habitual? O que nos faz mudar a rota, a forma, o meio? De que modo somos e permitimos ser influenciados em nossas trajetórias pelas ações individuais e sociais que nos contornam? De que forma a criação artística individual pode ser violada com talentos concomitantes?

São questionamentos possíveis de serem vistos na obra criada coletivamente pelos bailarinos Dênis, Letícia, Rossendo e William, estes, por sua vez, dirigidos por Jussara, Diego e Jezebel. Em cena, todos muito parecidos, muito semelhantes. Todos com sua rota demarcada pelas sinalizações urbanas. E de repente, o acontecimento que modifica o curso natural do indivíduo.

Desvio fala da cidade em que moramos, do caminho que fazemos de casa ao trabalho, ao shopping, ao dentista, fala de obediência e subversão, do retilíneo e do sinuoso. De como os seres dividem as trajetórias, uns passando por cima do outro, literalmente. 

Certa vez estava dentro de uma loja agachado, olhando as caractertísticas de um produto que me interessava comprar. Eu estava na rota da mulher que por ali passaria, de uma forma ou outra. Desvio fala de como a mulher passou por cima de mim para seguir o seu caminho.

Embora Desvio pareça ser um espetáculo criado para ser apresentado em qualquer espaço urbano, a iluminação de Maurício Moura  criada para as apresentações no estacionamento do Centro Cultural Lupicínio Rodrigues merece toda a reverência que lhe for dedicada. Ela reforça a idéia das trajetórias, do espaço dos burgos contemporâneos, das luzes inquietantes das postes , fachadas e faróis de automóveis, que parecem dirigir-se contra a platéia e os bailarinos.

 Mais detalhes sobre a Muovere:
www.muovere.com.br




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