terça-feira, 18 de setembro de 2012

FUERZA BRUTA





Fuerza Bruta estará em nossa cidade até dia 22 em Porto Alegre e tem como atração um grande espetáculo de som, luz e efeitos especiais.  Não se pode dizer que é propriamente uma peça de teatro; talvez um acontecimento teatral onde técnicas cênicas apoiadas por grandes recursos se misturam e oferecem aos espectadores um punhado de sensações.

 Difícil traçar qualquer paralelo a respeito desse evento, principalmente pelo fato de possuir investimentos superiores a milhões de dolares. Nasce da fusão da energia das raves com a fúria das artes, e propõe, em pouco mais de uma hora, uma série de sequências que mais sugerem um filme de ação, daqueles em que a câmera se move muito mas o espectador não entende o que acontece.

O público de Porto Alegre, na primeira noite de apresentação, pulou, dançou e saiu bastante feliz por ter em sua cidade um entretenimento nova iorquino. A impressão que dá é que qualquer coisa que possuíse um punhado de dinheiro e que fosse de lá, estaria fazendo muito sucesso aqui. Um verdadeiro achado dos publicitários em um mercado que ainda é carente de exploração, o da cultura no "terceiro mundo".

Virtudes e fantasias à parte, é bom que os espectadores gaúchos impressionados com que viram saibam que muito do que é posto em cena em Fuerza Bruta é feito com belíssima qualidade em nossa cidade. O uso aparelhos de Rapel, por exemplo, com atores suspensos, já é, há muito tempo, explorado pelo grupo Falus & Stercus em seus trabalhos.
O ilusionismo utilizado em muitos momentos com o uso de cenários e efeitos de iluminação são uma assinatura do grupo Caixa de Elefante, vencedor do último prêmio Braskem com o "A Tecelã"(espetáculo que em 2013 viajará para a europa representar o RS nos grandes festivais). 

O uso de uma piscina com água e efeitos de luz também já foram usados em Porto Alegre por diferentes grupos. A última experiência foi com o GRUPOJOGO, com o seu experimento MedeaMaterial.

 
Para quem ainda ama o circo e todas suas vertentes contemporâneas, Fuerza Bruta pode ser considerado um espetáculo circense, pois no ponto de vista da recepção, a maneira como se estabelecem as relações palco x platéia e a quase nenhuma ligação entre as cenas nos leva à sensação de que esperamos o próximo número, seja da onde ele venha, de cima, por baixo ou pelos lados. Até o clima de espera para o acerto técnico dos elementos que compõem a cena nos é oferecido, algo semelhante como desenozar toda a corda do trapezista ou fechar bem o globo da morte.

Talvez o grande mérito de Fuerza Bruta é reunir todos esses elementos em um único espetáculo, tudo regado com som e fúria, muita luz, muito efeito, muito dinheiro. Mais um modelo de circo-novo. A cara de uma festa, que não acontece. Dá vontade de ir ver de novo, mas só para tentar achar o que pode dar certo e errado. Não é inspirador, mas é empolgante. Não conquista, não embala, mas anima e é para se divertir. 

Detalhe: a ficha técnica do espetáculo quer circula o mundo não divulga o elenco. Isso significa que o ator é o que menos importa aqui.
    



FICHA TÉCNICA:


Direção artística: Diqui James / Direção Técnica: Alejandro García / Produção: Diego Weinschelbaum / Produção Executiva: Analia Turuzzi e Liz Hood / Elenco: flutuante / Duração: 60min / Recomendação Etária: 16 anos

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